quarta-feira, 23 de maio de 2012

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA CRIANÇAS

Nem sempre infância significa um período livre de preocupações e sofrimento. Não raramente os pequenos chegam aos consultórios de psicologia quando apresentam problemas que ultrapassam o entendimento dos pais e da escola.
Sabe-se que dificuldades são desafios inerentes ao crescimento, mas é necessário atenção aos sinais que indicam que os problemas podem estar prejudicando o desenvolvimento normal.
Muitas vezes a morte de um familiar querido, a separação dos pais, mudança de cidade, chegada do irmãozinho, são suficientes para provocar sofrimento na criança. Brigas constantes, desobediência e agressividade podem corroer as relações entre pais e filhos e criar um círculo vicioso de agressão e culpa. Dentro deste contexto, muitos pais procuram a Terapia Comportamental Infantil.
A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental Infantil visa desenvolver, na criança, meios para que ela possa lidar com o mundo a sua volta de forma saudável. Com o compromisso de ajudar a família a interagir e a participar de todos os processos de aprendizagem pelos qual a criança passará e promover o bom relacionamento entre pais e filhos.
Geralmente, os encaminhamentos são feitos por pais, professores e familiares quando estes observam alta freqüência de comportamentos disfuncionais tais como morder, gritar, chorar, destruir objetos, chutar e empurrar pessoas, mentir ou roubar. Outras crianças chegam porque têm dificuldades para fazer amigos, são muito quietas, tímidas, ansiosas, muito tristes ou agitadas. Crianças que adoecem muito, que não obedecem aos pais, que desenvolveram obesidade, que têm enurese noturna, aquelas que têm dificuldades de aprendizagem ou de atenção também podem ser ajudadas pela psicoterapia cognitivo-comportamental infantil.
Durante a terapia o atendimento é feito de maneira delicada e lúdica onde a criança pode sentir-se à vontade com atividades adaptadas para sua faixa etária tais como pinturas, desenhos, jogos e histórias, com o objetivo de criar uma relação de afeto e confiança entre a criança e o terapeuta. As sessões são oportunidades para que ela fale de seus medos, seus desejos, pensamentos e sentimentos, assim como torna possível que o terapeuta observe seus comportamentos e desenvolva na criança novas habilidades comportamentais.
O trabalho do terapeuta na psicoterapia cognitivo-comportamental infantil estende-se aos familiares e à escola. As relações que a criança estabelece com as pessoas próximas em sua vida são extremamente importantes no processo de aprendizagem. Isto significa que para haver mudanças comportamentais na criança, a família e as pessoas que a cercam também precisam mudar. Durante este processo os pais fazem parte do foco de intervenção e é sua tarefa observar as circunstâncias nas quais os comportamentos dos filhos ocorrem e as conseqüências dos mesmos, tentando fazer relações funcionais que serão discutidas com o terapeuta, assim como observar seu próprio comportamento e entender de que forma os pais podem estar contribuindo para a manutenção do problema.
Uma infância saudável é essencial para o desenvolvimento pleno do adulto. Perante tantas mudanças sociais e familiares que temos enfrentado atualmente, é essencial que o adulto esteja atento às necessidades psicológicas das crianças. Diante das dificuldades, o processo terapêutico pode ser um grande aliado no resgate da saúde mental das crianças e das relações de afeto entre pais e filhos.

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